por Dra. Giovanna Guarinello | 15/02/2022 em Dra. Giovanna Guarinello

O que é e como tratar a Erisipela?

Voltamos das férias com mais um tema da cartilha de Medicina Vascular que elaborei como coordenadora para o Laboratório Angiolab com diversos colegas e colaboradores. Hoje vamos falar sobre a Erisipela, uma infecção de pele que costuma afetar pacientes com problemas de circulação nas pernas.

Na definição da Biblioteca Virtual de Saúde do Ministério da Saúde, Erisipela é “um processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido celular, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum nos diabéticos, obesos e nos portadores de deficiência da circulação das veias e dos vasos linfáticos dos membros inferiores”.

Principal sintoma da Erisipela

O principal sintoma da Erisipela é uma infecção cutânea que envolve a camada dérmica da pele, mas também pode chegar aos vasos linfáticos cutâneos superficiais. Caracteriza-se por uma área de manchas vermelhas bem demarcada na pele. É mais frequente nas pernas, mas também acomete o rosto.

Quando acontece nas pernas, é às vezes confundida com a celulite, dificultando o diagnóstico.

Causas, diagnóstico e fatores de risco da Erisipela.

Conhecida também como Zipra, Zipla ou Esipra, a Erisipela é geralmente causada por bactérias do tipo estreptococos beta-hemolíticos do grupo A (ou raramente do grupo C ou G).

O diagnóstico da Erisipela ocorre através de avaliação clínica e coleta de sangue.

Pacientes que apresentam os seguintes fatores de risco têm mais chances de contrair Erisipela:

  • Edema linfático (principal fator de risco); ( também conhecido como linfedema)
  • Obesidade;
  • Úlceras venosas;
  • Traumas nas extremidades;
  • Micoses no meio dos dedos;
  • Síndrome nefrótica;
  • Obstrução linfática;
  • Fístula arteriovenosa;
  • Estado imunocomprometido.

Possíveis complicações da Erisipela.

As complicações da Erisipela podem ser graves, mas raramente fatais. As principais são aparecimento de bolhas ou a necrose da pele. Outras possibilidades incluem a formação de abscesso, desenvolvimento de escarlatina, pneumonia, meningite ou tromboflebite.

A longo prazo, nossa maior preocupação é que a erisipela acaba ”machucando” os vasos linfáticos e consequentemente pode evoluir para quadros de linfedema ( inchaço nas pernas por dificuldade da drenagem linfática).

Possíveis complicações da Erisipela

Tratamentos da Erisipela.

Geralmente, o prognóstico da Erisipela é positivo, pois a doença pode ser tratada ambulatorialmente através de antibióticos orais. No entanto, cuidado extra deve ser tomado em pacientes imunocomprometidos e àqueles com baixa adesão ou histórico de alergias aos antibióticos.

Possíveis complicações da Erisipela
Arte e ilustração: Icaro Oliveira e Escola Laqua Parla.

Obrigada pela atenção e não deixe de conferir os outros conteúdos que preparamos com base na cartilha Angiolab:

Trombose venosa profunda
Aneurisma da Aorta Abdominal (AAA)
Obstrução nas Artérias do Pescoço
Doença Arterial Obstrutiva Periférica
Oclusão Arterial Aguda
Pé Diabético

E não perca, no próximo mês, um conteúdo muito completo sobre varizes!

Fontes: NCBI, US National Library Of Medicine, Cartilha Angiolab, MSD Manuals, Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde.

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