Voltamos das férias com mais um tema da cartilha de Medicina Vascular que elaborei como coordenadora para o Laboratório Angiolab com diversos colegas e colaboradores. Hoje vamos falar sobre a Erisipela, uma infecção de pele que costuma afetar pacientes com problemas de circulação nas pernas.
Na definição da Biblioteca Virtual de Saúde do Ministério da Saúde, Erisipela é “um processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido celular, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum nos diabéticos, obesos e nos portadores de deficiência da circulação das veias e dos vasos linfáticos dos membros inferiores”.
O principal sintoma da Erisipela é uma infecção cutânea que envolve a camada dérmica da pele, mas também pode chegar aos vasos linfáticos cutâneos superficiais. Caracteriza-se por uma área de manchas vermelhas bem demarcada na pele. É mais frequente nas pernas, mas também acomete o rosto.
Quando acontece nas pernas, é às vezes confundida com a celulite, dificultando o diagnóstico.
Causas, diagnóstico e fatores de risco da Erisipela.
Conhecida também como Zipra, Zipla ou Esipra, a Erisipela é geralmente causada por bactérias do tipo estreptococos beta-hemolíticos do grupo A (ou raramente do grupo C ou G).
O diagnóstico da Erisipela ocorre através de avaliação clínica e coleta de sangue.
Pacientes que apresentam os seguintes fatores de risco têm mais chances de contrair Erisipela:
- Edema linfático (principal fator de risco); ( também conhecido como linfedema)
- Obesidade;
- Úlceras venosas;
- Traumas nas extremidades;
- Micoses no meio dos dedos;
- Síndrome nefrótica;
- Obstrução linfática;
- Fístula arteriovenosa;
- Estado imunocomprometido.
Possíveis complicações da Erisipela.
As complicações da Erisipela podem ser graves, mas raramente fatais. As principais são aparecimento de bolhas ou a necrose da pele. Outras possibilidades incluem a formação de abscesso, desenvolvimento de escarlatina, pneumonia, meningite ou tromboflebite.
A longo prazo, nossa maior preocupação é que a erisipela acaba ”machucando” os vasos linfáticos e consequentemente pode evoluir para quadros de linfedema ( inchaço nas pernas por dificuldade da drenagem linfática).
Tratamentos da Erisipela.
Geralmente, o prognóstico da Erisipela é positivo, pois a doença pode ser tratada ambulatorialmente através de antibióticos orais. No entanto, cuidado extra deve ser tomado em pacientes imunocomprometidos e àqueles com baixa adesão ou histórico de alergias aos antibióticos.
Obrigada pela atenção e não deixe de conferir os outros conteúdos que preparamos com base na cartilha Angiolab:
• Trombose venosa profunda
• Aneurisma da Aorta Abdominal (AAA)
• Obstrução nas Artérias do Pescoço
• Doença Arterial Obstrutiva Periférica
• Oclusão Arterial Aguda
• Pé Diabético
E não perca, no próximo mês, um conteúdo muito completo sobre varizes!
Fontes: NCBI, US National Library Of Medicine, Cartilha Angiolab, MSD Manuals, Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde.