O ano já está chegando ao fim mas a nossa sequência de posts elaborados com base na cartilha de Medicina Vascular continua! Esse trabalho que muito me orgulha foi desenvolvido com o suporte da Liangio (Liga de Angiologia e Cirurgia Vascular) e o apoio do Laboratório Angiolab.
O tema do mês é o Pé Diabético, que já abordamos uma vez aqui mesmo no meu blog através de valorosas dicas de prevenção. Agora que você já sabe como prevenir o Pé Diabético, vamos um pouco mais longe, falando também sobre as causas, sintomas, diagnóstico e também como tratar.
Causas e sintomas do pé diabético.
Como o nome já diz, o pé diabético é uma doença causada por outra: a diabetes. Quando a diabetes não foi diagnosticada ou está mal controlada, podem surgir problemas nos pés. É isso que chamamos de pé diabético.
Mas como saber se eu tenho pé diabético? O primeiro passo é manter seus checkups médicos em dia. A diabetes é muitas vezes silenciosa e pode estar prejudicando a sua saúde lentamente, sem apresentar sintomas mais severos.
Em relação aos pés, os sintomas são mais aparentes. Confira:
- Formigamento e sensação de queimação nos pés;
- Diminuição da sensibilidade nos pés (quando o pé está ferido ele não dói);
- Pele fina, seca, brilhante e com rachaduras;
- Alterações nos dedos (ficam tortos ou em formato de garra);
- Alterações nos ossos (perda do formato natural do pé);
- Presença de calos, principalmente na sola dos pés;
- Pé quente e seco;
- Úlceras (feridas abertas) com ou sem dor;
- Verrugas na planta do pé;
- Micoses (frieiras);
- Cortes, rachaduras, bolhas cheias de líquido ou manchas vermelhas;
- Inchaço dos pés;
- Unhas encravadas.
Conhecendo os sintomas, fica a pergunta: quando preciso procurar o médico?
Se você tem diabetes, marque uma consulta com um Cirurgião Vascular assim que notar qualquer desses sinais:
- Feridas abertas que demoram para cicatrizar;
- Amortecimento nos pés;
- Não crescimento de pelos nos pés e pernas;
- Micoses e lesões entre os dedos;
- Alterações na coloração dos pés;
- Rachaduras nos calcanhares;
- Unhas fracas e que demoram a crescer;
- Perda de sensibilidade;
- Dor nos pés;
- Calos em pontos de pressão dos pés.
Complicações e diagnóstico do Pé Diabético.
As principais complicações relacionadas com o pé diabético são o desenvolvimento de úlceras, feridas abertas nos pés, geralmente localizadas em áreas de maior pressão como os dedos, o calcanhar e a região da sola dos pés, perto dos dedos. Quando não devidamente tratado ou controlado, o pé diabético pode levar até à amputação do órgão, quando o quadro se agrava para uma necrose (morte do tecido).
O diagnóstico é confirmado através dos seguintes exames:
- Exames de sangue: glicemia e hemoglobina glicada, para saber se a diabetes está controlada.
- Raio-x do pé: para avaliar se há alterações na forma do pé e se há ou não infecção no osso.
- Ecografia das artérias (Eco-doppler): para avaliar a circulação
- Cultura e Antibiograma: se a úlcera estiver com infecção, esses exames ajudam a descobrir qual a bactéria está causando a infecção e qual antibiótico deve ser usado no tratamento.
Tratamentos do Pé Diabético.
O melhor tratamento do Pé Diabético é a prevenção e o controle do diabetes. Além disso, recomenda-se alguns cuidados específicos:
- Dieta saudável e controlada, adaptada para a diabetes;
- Combater a pressão alta, o estresse e a vida sedentária;
- Parar de fumar;
- Cuidados com os pés: observar diariamente se a pele está seca, se tem alguma ferida;
- Uso de sapatos e palmilhas confortáveis, que não machuquem os pés;
- Não andar descalço.
Além destes cuidados gerais, dependendo da avaliação médica, podem ser necessários outros procedimentos.
Estou disponível para esclarecer qualquer dúvida e também para avaliação e tratamentos do pé diabético. Muito obrigada pela atenção até aqui e não deixe de conferir os outros conteúdos de nossa cartilha:
- Aneurisma da Aorta Abdominal (AAA)
- Obstrução nas Artérias do Pescoço
- Doença Arterial Obstrutiva Periférica
- Oclusão Arterial Aguda
Até o ano que vem!
Fontes: Cartilha Angiolab, UK National Health System.